domingo, 23 de junho de 2013

Novo Curso Oferecido pela AGEJC

“Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita” (FEB)

Local : Rua Santos Dumont, 209 ( Casa do Pão)
  
Data: Todas terças-feiras (exceto feriado)

Horário: 19h30 às 21h
                        
Início: Em andamento

Duração Estimada: Dois anos

Coordenação: Beth Romano

Facilitadores: Beth Romano; Nadir M. dos Santos; Dirce Teixeira


Projeto, conteúdo, programação

Federação Espírita Brasileira - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
A Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE foi lançada, em Brasília-DF, na reunião anual do Conselho Federativo Nacional de novembro de 1983, em atendimento às expectativas do Movimento Espírita.
Esta Campanha, efetivada na forma de seis apostilas de estudo, representativas de níveis graduais e sequenciais de aprendizado doutrinário, utilizou a técnica do trabalho em grupo como diretriz pedagógica.
A sistematização do estudo espírita buscou, por outro lado, apoio nas seguintes orientações de Allan Kardec:
“Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios da ciência e difundir o gosto pelos estudos sérios [...]”.

O novo curso do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita-ESDE oferece uma visão panorâmica e doutrinária do Espiritismo, fundamentada na ordem dos assuntos existentes em O Livro dos Espíritos.
O objetivo fundamental deste Curso, como do anterior, é propiciar condições para estudar o Espiritismo de forma séria, regular e contínua, tendo como base as obras codificadas por Allan Kardec e o Evangelho de Jesus, conforme os esclarecimentos prestados na apresentação.
O seu conteúdo doutrinário está distribuído em dois programas, assim especificado:
•          Programa Fundamental – subdividido em dois tomos, cada um contendo nove módulos de estudo.
•          Programa Complementar – constituído de um único tomo, também com nove módulos de estudo.

A formatação pedagógica-doutrinária utiliza, em ambos os programas, o sistema de módulos para agrupar assuntos semelhantes, os quais são desenvolvidos em unidades básicas denominadas roteiros de estudo.
A duração mínima prevista para a execução do Curso é de dois anos letivos.
Cada roteiro de estudo deve, em princípio, ser desenvolvido numa reunião semanal de 1 hora e 30 minutos.

Programa Fundamental (tomo I) - SUMÁRIO

Módulo I – Introdução ao Estudo do Espiritismo
Rot. 1 – O contexto histórico do século XIX na Europa
Rot. 2 – Espiritismo ou Doutrina Espírita: conceito e objeto
Rot. 3 – Tríplice aspecto da Doutrina Espírita
Rot. 4 – Pontos principais da Doutrina Espírita

Módulo II – A Codificação Espírita
Rot. 1 – Fenômenos mediúnicos que antecederam a Codificação: Hydesville e mesas girantes
Rot. 2 – Allan Kardec: o professor e o codificador
Rot. 3 – Metodologia e critérios utilizados na Codificação Espírita
Rot. 4 – Obras básicas

Módulo III – Deus
Rot. 1 – Existência de Deus
Rot. 2 – Provas da existência de Deus
Rot. 3 – Atributos da divindade
Rot. 4 – A providência divina

Módulo IV – Existência e Sobrevivência do Espírito
Rot. 1 – Perispírito: conceito
Rot. 2 – Origem e natureza do Espírito
Rot. 3 – Provas da existência e da sobrevivência do Espírito
Rot. 4 – Progressão dos Espíritos

Módulo V – Comunicabilidade dos Espíritos
Rot. 1 – Influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, e nos acontecimentos da vida
Rot. 2 – Mediunidade e médium
Rot. 3 – Mediunidade com Jesus

Módulo VI – Reencarnação
Rot. 1 – Fundamentos e finalidades da reencarnação
Rot. 2 – Provas da reencarnação
Rot. 3 – Retorno à vida corporal: o planejamento reencarnatório
Rot. 4 – Retorno à vida corporal: união da alma ao corpo
Rot. 5 – Retorno à vida corporal: a infância
Rot. 6 – O esquecimento do passado: justificativas da sua necessidade

Módulo VII – Pluralidade dos Mundos Habitados
Rot. 1 – O fluido cósmico universal
Rot. 2 – Elementos gerais do universo: espírito e matéria
Rot. 3 – Formação dos mundos e dos seres vivos
Rot. 4 – Os reinos da natureza: mineral, vegetal, animal e hominal
Rot. 5 – Diferentes categorias de mundos habitados
Rot. 6 – Encarnação nos diferentes mundos
Rot. 7 – A Terra: mundo de expiação e provas

Módulo VIII – Lei Divina ou Natural
Rot. 1 – Lei natural: definição e caracteres
Rot. 2 – O bem e o mal

Módulo IX – Lei de Adoração
Rot. 1 – Adoração: significado e objetivo
Rot. 2 – A prece: importância, eficácia e ação
Rot. 3 – Evangelho no lar




Programa Fundamental (tomo II) - SUMÁRIO

Módulo X – Lei de Liberdade
Rot. 1 – Liberdade de pensar e liberdade de consciência
Rot. 2 – Livre-arbítrio e responsabilidade
Rot. 3 – Livre-arbítrio e fatalidade
Rot. 4 – O princípio de ação e reação

Módulo XI – Lei do Progresso
Rot. 1 – Progresso intelectual e progresso moral
Rot. 2 – Influência do Espiritismo no progresso da Humanidade

Módulo XII – Lei de Sociedade e Lei do Trabalho
Rot. 1 – Necessidade da vida social
Rot. 2 – Vida em família e laços de parentesco
Rot. 3 – Necessidade do trabalho
Rot. 4 – Limite do trabalho e do repouso

Módulo XIII – Lei de Destruição e Lei de Conservação
Rot. 1 – Destruição necessária e destruição abusiva
Rot. 2 – Flagelos destruidores
Rot. 3 – Instinto e inteligência
Rot. 4 – O necessário e o supérfluo

Módulo XIV – Lei de Igualdade
Rot. 1 – Igualdade natural e desigualdade de aptidões
Rot. 2 – Desigualdades sociais. Igualdade de direitos do homem e da mulher
Rot. 3 – Desigualdades das riquezas: as provas da riqueza e da pobreza

Módulo XV – Lei de Reprodução
Rot. 1 – Casamento e celibato
Rot. 2 – Obstáculos à reprodução
Rot. 3 – O aborto

Módulo XVI – Lei de Justiça, Amor e Caridade
Rot. 1 – Justiça e direitos naturais
Rot. 2 – Caridade e amor ao próximo

Módulo XVII – A Perfeição Moral
Rot. 1 – Os caracteres da perfeição moral
Rot. 2 – Conhecimento de si mesmo
Rot. 3 – O homem de bem

Módulo XVIII – Esperanças e Consolações
Rot. 1 – Penas e gozos terrestres
Rot. 2 – Penas e gozos futuros

  

Programa complementar (tomo único) – SUMÁRIO

Módulo I – Vida no Mundo Espiritual
Rot. 1 – O fenômeno da morte
Rot. 2 – Perturbação espiritual
Rot. 3 – Ensaio teórico das sensações e percepções dos Espíritos
Rot. 4 – Espíritos errantes
Rot. 5 – Sorte das crianças depois da morte
Rot. 6 – Esferas espirituais da Terra e mundos transitórios
Rot. 7 – Ocupações e missões dos Espíritos
Rot. 8 – Relações no além-túmulo: simpatias e antipatias
Rot. 9 – Afeição que os Espíritos votam a certas pessoas. Espíritos Protetores
Rot. 10 – Escolha das provas

Módulo II – Fluidos e Perispírito
Rot. 1 – Natureza, propriedades e qualidades dos fluidos
Rot. 2 – Perispírito: formação, propriedades e funções
Rot. 3 – Criações fluídicas
Rot. 4 – Magnetismo: conceito e aplicação
Rot. 5 – Aplicações do magnetismo humano

Módulo III – O Fenômeno da Intercomunicação Mediúnica
Rot. 1 – O fenômeno mediúnico através dos tempos
Rot. 2 – Os médiuns precursores
Rot. 3 – Finalidades e mecanismos das comunicações mediúnicas
Rot. 4 – Natureza das comunicações mediúnicas
Rot. 5 – As evocações e as comunicações espontâneas dos Espíritos

Módulo IV – Dos Médiuns
Rot. 1 – Classificação e características dos médiuns
Rot. 2 – Mediunidade nas crianças
Rot. 3 – A influência moral do médium e do meio nas comunicações mediúnicas

Módulo V – Da Prática Mediúnica
Rot. 1 – Qualidades essenciais do médium
Rot. 2 – Identificação das fontes de comunicação mediúnica
Rot. 3 – Contradições e mistificações
Rot. 4 – Animismo
Rot. 5 – O exercício irregular da mediunidade

Módulo VI – Obsessão e Desobsessão
Rot. 1 – Obsessão: conceito, causas e graus
Rot. 2 – O processo obsessivo: o obsessor e o obsidiado
Rot. 3 – Obsessão e enfermidades mentais
Rot. 4 – Desobsessão

Módulo VII – Fenômenos de Emancipação da Alma
Rot. 1 – O sono e os sonhos
Rot. 2 – Letargia e catalepsia
Rot. 3 – Sonambulismo, êxtase e dupla vista

Módulo VIII – A Evolução do Pensamento Religioso
Rot. 1 – A base religiosa da humanidade
Rot. 2 – Politeísmo
Rot. 3 – Moisés e o Decálogo
Rot. 4 – Jesus e o Evangelho
Rot. 5 – A revelação espírita
Rot. 6 – Espiritismo: o Consolador prometido por Jesus

Módulo IX – Movimento Espírita e Unificação
Rot. 1 – Movimento Espírita: conceito e objetivo
Rot. 2 – O Centro Espírita: conceitos, objetivos e atividades básicas
Rot. 3 – O trabalho federativo e de unificação do Movimento Espírita: conceito, diretrizes e estrutura

Anexo ao Módulo IX

O Passe como Cura Magnética - Aula 7 - Dra. Marlene Nobre


O Passe como Cura Magnética - Aula 6 - Dra. Marlene Nobre


O Passe como Cura Magnética - Aula 5 - Dra. Marlene Nobre


domingo, 7 de abril de 2013

Abaixo-assinado pela retirada do parecer do Conselho Federal de Medicina sobre o aborto"

A Associação Grupo Espirita João Cabete concorda com o abaixo-assinado " Pela retirada do parecer do Conselho Federal de Medicina sobre o aborto" , e acredita que você também pode concordar. 



Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer democracia!

Obrigada,

Dra. Márcia Regina Colasante Salgado - CRM 50307 - SP 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Descriminalização do aborto


O Conselho Federal de Medicina (CFM) manifestou-se favoravelmente ao aborto se “for comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente” e “por vontade da gestante até a 12º semana de gestação”,  sem que o tema fosse devidamente anunciado à classe médica ou debatido por ela.
Desrespeitando a tradição médica em nosso país que sempre lutou em defesa da vida, ignorando o notório conhecimento de que a vida se inicia com a fecundação e defendendo a tese da autonomia da mulher em detrimento ao direito do embrião, bem como levantando a bandeira de que o aborto é uma questão de saúde pública, o CFM adotou uma posição política, que certamente não representa os 400.000 médicos desse país, tão pouco os mais recentes estudos que demonstram as consequências para a saúde física e mental da mulher (depressão, tendências suicidas, abuso de drogas e álcool, aumento do número de casos de câncer de mama).
Faço parte dos 68% de nossa população (pesquisa data folha de 2008) que não apoia a institucionalização de um ato que deve continuar a ser considerado crime e que sabe que só o respeito à vida e o amor incondicional podem trazer a paz tão desejada à humanidade. 
Apoie a nossa causa: “Diga Não ao Aborto”
Assine a petição que a Associação Médica-Espírita do Brasil criou
Desde já agradeço a sua colaboração
Dra. Márcia Regina Colasante Salgado
Clínica Geral e pneumologista

sábado, 30 de março de 2013

A Medicina Manchada de Sangue


A Medicina Manchada de Sangue 


Jorge Cecílio Daher Jr 
médico 


Em 21 de março o Portal Médico, site do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicou deliberação em que os Conselhos de Medicina apóiam a aprovação da lei que regulamenta o aborto no Brasil além dos casos já permitidos, gestação conseqüente a estupro e gestação de feto anencéfalo, permitindo abortamento por qualquer motivo para gestação de até 12 semanas. 

Em nota um tanto confusa, o presidente do CFM, Roberto D’Ávila, afirma que a deliberação não é favorável ao aborto e sim um posicionamento favorável à autonomia da mulher. Confusa e paradoxal a informação do CFM assim se expressa: “Por maioria, os Conselhos de Medicina concordaram que a Reforma do Código Penal, que ainda aguarda votação, deve afastar a ilicitude da interrupção da gestação em uma das seguintes situações: a) quando “houver risco à vida ou à saúde da gestante”; b) se “a gravidez resultar de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida”; c) se for “comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos”; e d) se “por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação”. 

Eis que a autonomia da mulher, segundo o CFM, permite a escolha pela interrupção da gestação mas esse ato não significa descriminalizar o aborto. O presidente de um conselho federal que diz representar 400 mil médicos criou uma forma excludente de aborto, pois interromper a gestação em uma das quatro opções acima descritas não mais será considerado aborto, nas palavras do presidente D’Ávila. 

Como justificativa, as causas sanitárias, que por alegação afirmam que abortos clandestinos são responsáveis por agravo à saúde da mulher, e hoje são estimados em 243 mil abortamentos ao ano em nosso país. A experiência mundial não coaduna com a proposta de regulamentação do aborto por demonstrar que nos países em que o aborto foi regulamentado, a incidência de abortamentos cresceu em até 100 vezes, segundo dados da Espanha. Em um país onde o pré-natal é inacessível a boa parte da população, onde o atendimento na rede pública é sobrecarregado por falta de estrutura física e financeira, cabe perguntar se há preocupação com a autonomia da mulher ou se existem outros interesses, até então ocultos? 

É por demais coincidência, para não ser um plano orquestrado. A América Latina em bloco, desde 1969 é signatária de um tratado internacional que reconhece que em todos os países do bloco aceitam que a vida se inicia na concepção, o que levou o ministro Ayres Brito afirmar: “A Constituição brasileira, incorporando o Tratado Interamericano de Direitos Humanos através de seu artigo 5 parágrafo 2, estabelece claramente, assim como todos as constituições dos demais países da América Latina, QUE A PERSONALIDADE HUMANA SE INICIA NO MOMENTO DA CONCEPÇÃO, QUE O DIREITO À VIDA TAMBÉM SE INICIA NO MOMENTO DA CONCEPÇÃO, e que o aborto somente poderá ser admitido em casos raros e excepcionais, nunca como a regra geral. O DIREITO À VIDA É CONSTITUCIONALMENTE PROTEGIDO, EM GERAL, DESDE O MOMENTO DA CONCEPÇÃO. Se o Brasil, ou qualquer outro país da América Latina, quiser legalizar o aborto de modo amplo, ele deverá primeiro revogar sua ratificação ao Tratado Interamericano de Direitos Humanos.” Não apenas no Brasil a pressão pela legalização do aborto é imposta contra os interesses da população, que repudia o aborto. As Suprema Cortes do Urugai, México e Argentina. 

Se o ordenamento jurídico estabelece que a vida se inicia na concepção, as evidências científicas demonstram que o embrião é autônomo desde a concepção, sua autonomia se expressa na estupenda independência do embrião de formar-se a si mesmo, dependendo da mãe apenas no fornecimento de oxigênio e na ausência de doenças infecciosas. 

A posição do CFM favorável ao abortamento até 12 semanas, que na opinião do presidente Roberto D’Ávila não é aborto, mas autonomia da mulher, baseia-se em uma ignorância científica, divulgada como credo abortista em meios pseudo-científicos, que considera que o embrião se torna ser humano quando ele adquire a forma humana. 

A tradição médica brasileira sempre se pautou pela defesa da vida. Baseado no humanismo da Medicina brasileira, o próprio CFM convocou para o próximo mês uma marcha em defesa do SUS, reivindicando dignidade às vidas dos brasileiros que dependem do Sistema Único de Saúde; paradoxalmente, mancha de sangue a Medicina brasileira ao defender o aborto e desconsidera a capacidade pensante dos médicos brasileiros ao chamar aborto de autonomia da mulher. 

Existe uma esperança, a mobilização social, a começar dos médicos, e já adianto que fiz a minha parte ao enviar email ao CFM com meu protesto, mas passando pela sociedade, que deve gritar alto contra o atentado à vida que está sendo endossado pelo CFM. 

Coincidentemente, uma semana após o conclave que deu à cristandade um papa que prima sua vida pela firmeza de opinião em defesa do ser humano desde a concepção, os que se dizem representantes dos médicos brasileiros (e já digo que nenhum médico foi consultado sobre a decisão), elegem o sangue de inocentes como bandeira de uma modernidade distante, que interessa ao governo federal, que nunca escondeu sua defesa do aborto como direito da mulher e que macula uma Medicina digna, pautada no direito incondicional à vida.

Moção de Repúdio à Posição do Conselho Federal de Medicina




Em nome da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) expresso a minha indignação e a dos médicos que represento diante do posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) que se manifestou favoravelmente ao aborto até as 12 semanas de gestação, caso a mãe assim o deseje. 

Ao contrário do que foi anunciado, o tema não foi amplamente debatido entre os médicos. Em nenhum momento fomos notificados de que o CFM pretendia apresentar tal posicionamento. É de se ressaltar que no “I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina”, onde foi feita a votação, e mesmo no site da Instituição, não houve anúncio de nenhuma notícia sobre o assunto, apenas foi passada a informação de que haveria uma mesa redonda “Aborto e Desigualdade Social”. Nada mais. 


Conclui-se que não houve transparência do CFM nessa tomada de posição de magna importância para os destinos da nação brasileira, nem tampouco no anúncio da votação e no modo como foi feita. Não se respeitou a tradição médica do nosso país que sempre lutou em defesa da vida. Tudo leva a crer que foi manobra política de uma minoria que não tem representatividade para falar em nome de 400 mil médicos. 

A nosso ver, as consciências humanas têm um compromisso fundamental com a verdade, por isso devem mergulhar fundo no estudo do extraordinário fenômeno da vida, em busca do seu real significado, sem aceitar o raciocínio dogmático reducionista, que tenta encarcerá-lo num mero jogo de palavras, ao invés de discutir as inúmeras incógnitas para as quais a ciência materialista não tem respostas. 

Aos menos avisados que, preconceituosamente, procuram desqualificar os nossos argumentos contra o aborto como sendo de mentalidades religiosas, temos a dizer que, embora os consideremos legítimos, podemos até mesmo abdicar deles para demonstrar através de pesquisas científicas, e não de suposições, que a vida não só é um bem indisponível, mas que há vida indisponível no embrião e no feto. 

O pluralismo democrático diz respeito à convivência de opiniões, comportamentos e posições ideológicas distintas no seio de uma comunidade, porém não à prática de delitos em seu nome. Esta é nossa resposta aos que nos dizem que o aborto é um direito da mulher. Não existe engano maior. Tirar a vida de alguém é crime. A mulher, tanto quanto a equipe médica, o Estado, ou o companheiro, não tem esse direito. E o Ordenamento Jurídico Brasileiro reconhece a nossa posição. 

O artigo 5º da Constituição Brasileira garante a inviolabilidade do direito à vida, defendendo-o como bem fundamental do ser humano. É certo que o artigo 4º afirma que a personalidade civil do homem começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo que ela deve ser defendida desde a concepção. (Código Civil, lei federal 3071). E mais, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, celebrada na Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, deixou claro, no chamado Pacto de São José da Costa Rica, assinado por inúmeros países, entre os quais o Brasil, que esse direito deve ser protegido, desde o momento da concepção. A Lei Maior de nosso país espelha, portanto, a vocação pacífica do nosso povo, uma vez que este, em sua imensa maioria, já se manifestou contrariamente ao aborto, que é uma das maiores violências que se pode cometer contra o ser humano. 

Insistimos que é preciso buscar na Ciência as respostas à pergunta essencial: “Onde começa a vida?”. Embora a ciência não explique como uma célula unidimensional (zigoto) produz um bebê tridimensional, não saiba, portanto, quais os processos que regulam os embriões, ela já nos oferece inúmeros argumentos para sermos contra o aborto. É o que faremos a seguir, daremos em rápidas pinceladas alguns desses argumentos. 

Aprendemos nos melhores tratados de embriologia que a vida é um continuum que vai do zigoto (célula-ovo) ao velho, sem solução de continuidade. Ainda que existam vozes discordantes, este é um forte argumento científico em favor do respeito à vida desde a concepção. Sendo a vida um bem indisponível, atentar-se contra ela, seja em que fase for, é crime. Além disso, sendo possível demonstrar que o embrião tem vida, não haveria heresia maior do que se considerar o aborto um direito da mulher. Cairia, automaticamente, por terra, sua propalada autonomia para decidir quanto à interrupção da gravidez. Nem a gestante e nem ninguém pode decidir quem vive e quem morre. Mas esse não é o único argumento da Ciência em defesa da vida. Há muitos mais. 

Embora concordemos com alguns fundamentos da Teoria neodarwinista da evolução das espécies e os adotemos, constatamos que ela tem muitas falhas. A principal delas é ancorar no acaso as explicações da evolução das espécies. O acaso não explica a vida. Dois físicos conceituados, Igor e Grichka Bogdanov, juntamente com matemáticos do CERN, o mais importante Centro de Pesquisas da Europa em Física das Altas energias, demonstraram que é impossível juntar em uma célula, por acaso, as duas mil enzimas de que ela tem necessidade para funcionar. Embora sejam verdadeiras e de fato tenham ocorrido, as mutações e a seleção natural são insuficientes para explicar a evolução das espécies. O acaso, por si só, não tem o poder de organizar e conduzir. A evolução das espécies deu-se de forma ordenada, obedecendo a um projeto altamente inteligente, desde os cristais, as bactérias e amebas até o ser humano. O ser vivo é uma ilha de organização em meio ao caos. Uma célula tem arranjo inteligente das partes. Ela foi planejada. Recentemente, estudos bioquímicos da célula revelaram que há, nela, um arranjo intencional das partes, com indícios claros de que foi planejada. Essas e outras pesquisas científicas tem apontado para a existência de um Planejador Inteligente, o Grande Doador a quem chamamos Deus. 

A ciência diz que a célula-ovo não é um amontoado de células descartáveis. A vida de um novo ser tem início nela e prossegue, sem parar, em um movimento continuo do embrião ao velho, sendo que todo o padrão tetradimensional do novo ser está contido no zigoto. A célula-ovo tem DNA próprio, fruto da união do gameta masculino com o feminino. Recebe, é obvio, os genes da mãe, mas seu genoma é bem diferente. A mãe hospeda o novo ser, mas o feto não faz parte intrínseca do seu corpo. Para não ser expulso como corpo estranho pelo sistema de defesa do organismo materno o feto produz substâncias que o mantém vivo, durante a gestação, estabelecendo-se um acordo tácito entre hóspede e hospedeira. Prova cabal de que são dois seres distintos. 

Estudos realizados desde a década 1970 sobre psiquismo fetal demonstram que a memória está presente, antes da formação do cérebro, desde o início da gestação, e que o embrião é capaz de comandar sua própria mente, adaptar-se e adequar-se a situações novas. 

O embrião tem, portanto, vida própria, independente da mãe. De forma alguma, o aborto pode ser considerado um direito da mulher. 

O aborto é uma das formas mais sangrentas de violência, porque o ser em formação não tem como se defender. E a mulher que recebeu do Ser Supremo a missão transcendente de gerar vidas, comumente, não se deixa aprisionar pela visão hedonista que impera no mundo. Sobretudo, quando ela vê as imagens do feto em gestação, quando acompanha os batimentos do coraçãozinho de seu filho a partir das três primeiras semanas. Não, ela não pensa em aborto. O que a gestante precisa é de amparo à maternidade, de esclarecimentos quanto ao uso de métodos anticoncepcionais confiáveis e de vias fáceis de acesso a eles, para que possa planejar sua família. Uma sociedade organizada, segundo as leis fundamentais da vida obrigatoriamente deve ter o amor na sua base de sustentação. Entre outras ações, tem o dever de cuidar da educação de crianças e jovens, dar todo o apoio à maternidade e à paternidade responsáveis, além de cuidar dos que trabalharam uma vida toda e tem de ser amparados na velhice. 

A sociedade que apela para o aborto declara-se falida em suas bases educacionais, porque dá guarida à violência no que ela tem de pior, que é a pena de morte para inocentes. Compromete, portanto, o seu projeto mais sagrado que é o da construção da paz. 

Espero, caros colegas, que nos unamos para que a nossa nação não tenham falidas as suas bases educacionais. Espero vê-los todos lutando em defesa da vida e da paz. 



Marlene Nobre 

Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil