quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Bem Maior


O Bem Maior

Desde a construção do mundo Divinamente emergem novas paisagens A matéria se renova a cada segundo O céu nos envia lindas mensagens Forma-se assim a grande escultura No vento que sopra as montanhas rochosas Valor que supera em beleza e formosura O de muitos diamantes e pedras preciosas Não há como mensurar amanheceres Dinheiro algum vale o doce sossego E o brilho fútil de muitos prazeres
Se esvai com a luz do teu desapego A divina sabedoria permeia o espaço O perfume das flores podemos sentir Embora frágeis não sentem cansaço E fazem cada pétala colorida se abrir Mas se buscas um mundo melhor nas luzes e forças desse chão Verás que teu bem maior É o amor que abrigas...em teu coração 



domingo, 15 de abril de 2012

Razões Para Ser Contra o Aborto


Marlene Nobre
São Paulo, Brasil

“Sabendo que o aborto, mesmo legalizado no mundo, é uma falha nossa na Terra, estamos certos de que ninguém deveria praticá-lo seja no regime das convenções humanas ou fora delas. Se há anticoncepcional, por que promover a morte de criaturas nascituras ou em formação?” Chico Xavier (Lições de Sabedoria)

O SupremoTribunal Federal (STF) decidiu a favor do aborto do anencéfalo. Perdemos uma batalha, mas não a guerra. Para nós, o aborto segue sendo pena de morte para inocentes e no caso dos anencéfalos com um agravante, porque implica também na questão da eugenia. Esta é uma prática milenar com a qual sempre se procurou eliminar os deficientes de todos os matizes, os que são considerados pesos mortos para a sociedade.
A decisão do STF baseou-se principalmente no direito de escolha que deve ser atribuído à mulher. Não existe engano maior. Tirar a vida de alguém é crime. A mulher, tanto quanto o companheiro, a equipe médica, o Estado, o juiz, não tem esse direito.
O artigo 5º da Constituição Brasileira garante a inviolabilidade do direito à vida, defendendo-o como bem fundamental do ser humano. É certo que o artigo 4º afirma que a personalidade civil do homem começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo que ela deve ser defendida desde a concepção. (Código Civil, lei federal 3071). E mais, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, celebrada na Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, deixou claro, no chamado Pacto de São José da Costa Rica, assinado por inúmeros países, entre os quais o Brasil, que esse direito deve ser protegido, desde o momento da concepção.
Assim sendo, qualquer projeto de lei em prol da legalização do aborto, que tramite no Parlamento brasileiro, é, antes de tudo, inconstitucional. A Lei Maior de nosso país espelha, portanto, a vocação pacífica do nosso povo, uma vez que este já se  manifestou de forma majoritária contrariamente ao aborto.
Ao lado dos argumentos jurídicos, existem razões científicas muito fortes contra o aborto, como analiso nos meus livros, A Vida contra o Aborto e O Clamor da Vida.
 Aprendemos, nos melhores tratados de embriologia, que a vida é um continuum que vai do zigoto (célula-ovo) ao velho, sem solução de continuidade. Ainda que existam vozes discordantes, este é um forte argumento científico em favor do respeito à vida desde a concepção. Mas não é o único, há muitos mais. Embora concordemos com alguns fundamentos da Teoria neodarwinista da evolução das espécies, constatamos que ela tem muitas falhas. A principal delas é ancorar no acaso as explicações da evolução. Recentemente, estudos bioquímicos da célula revelaram que há, nela, um arranjo intencional das partes, com indícios claros de que foi planejada. Essas e outras pesquisas científicas têm apontado para a existência de um Planejador Inteligente, o Grande Doador da Vida.   
E a mulher que recebeu do Ser Supremo a missão transcendente de gerar vidas, comumente, não se deixa aprisionar pela visão hedonista que impera no mundo. No caso de gestação de bebê anencéfalo a sua tendência é a de oferecer proteção e abrigo, mas para isso precisa ser amparada nos seus propósitos divinos. O que a gestante precisa é de amparo à maternidade, para levá-la até ao fim, e, sobretudo, de diálogo terapêutico com profissional que lhe possa dar sustentação nesse período difícil.  Uma sociedade organizada, segundo as leis de Deus, obrigatoriamente, deve ter o amor na sua base de sustentação. Entre outras ações, tem o dever de cuidar da educação de crianças e jovens, dar todo o apoio à maternidade e à paternidade responsáveis, além de cuidar dos deficientes de toda sorte.
 A sociedade que apela para o aborto declara-se falida em suas bases educacionais, porque dá guarida à  violência no que ela tem de pior, que é a pena de morte para inocentes.  Compromete, portanto, o seu projeto mais sagrado, que é o de construir a paz duradoura e legítima.

sábado, 14 de abril de 2012

DECISÃO DO STF SOBRE ABORTO DE ANENCÉFALO


O Supremo Tribunal Federal, em sessão concluída no dia 12 de abril, aprovou a liberação do aborto para casos de fetos anencefálicos. Uma comissão integrada por dirigentes da Federação Espírita Brasileira, Associação Médico Espírita do Brasil e Associação dos Juristas Espíritas do Brasil, visitou o gabinete de todos os ministros do STF nos dias 9 e 10 de abril, levando um Memorial contendo argumentações jurídicas, médicas e espíritas em defesa da vida, e acompanhou a citada Sessão Plenária. Independentemente da decisão do STF, informamos que prossegue o trabalho educativo, no sentido de se valorizar a vida em todas suas etapas, e de esclarecimento a respeito das leis que emanam do Criador e regem a nossa vida, procurando contribuir com o aperfeiçoamento moral e espiritual da população.
Brasília, 13 de abril de 2012.
Federação Espírita Brasileira, Associação Médico Espírita do Brasil e Associação Jurídico Espírita do Brasil.
Mais informações no Portal da FEB: www.febnet.org.br



segunda-feira, 9 de abril de 2012

II Seminário de Saúde Mental sob a Ótica Médico Espírita


Associação Médico Espírita de Santos (AME Santos)
promove,  no dia 5 de maio, sábado, a partir das 9h, o II Seminário de Saúde Mental sob a Ótica Médico-Espírita, tema: Dependência Químicana Universidade Santa Cecília. Os palestrantes serão: dr. João Lourenço Chinaglia, psiquiatra e diretor do Cooper Casa – SP, dr. Flávio Braun Fiorda, psiquiatra e presidente da AME-Santos e a psicóloga Maria Heloísa Bernardo, diretora do Hospital Espírita Bezerra de Menezes, em São Bernardo do Campo e membro da AME-ABC. Os temas das palestras enfocam as diversas abordagens da dependência como a prevenção, o tratamento, a ótica espírita, transtornos comuns, sempre acrescidos das possibilidades espirituais para a extensão e o entendimento de pontos ainda obscuros à nossa compreensão. Também será estudada a valoração da moral individual e os recentes tópicos abordados pela mídia como a possibilidade da internação compulsória ou não.

Outras informações pelo telefone (13) 9115-8360.


Seminário: " II Seminário de Saúde Mental sob a Ótica Médico-Espírita, tema: Dependência Química "

Data: 5 de maio de 2012

Horário: 9h - 12h// 14h -17h

Local: Universidade Santa Cecília


R.Cesário Mota, 8 – Bloco E – 4º andar -  Boqueirão – Santos - SP

Investimento: R$ 20,00 (apenas no dia e no local do evento, a partir das 8h)

Aborto de Anencéfalo


Palestra Dr. Davidson Lemela


sábado, 7 de abril de 2012

Deve-se Comemorar a Páscoa ?


Deve-se comemorar a Páscoa?


Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas?
Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus?
Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.
O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas.
Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento. A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus.
Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno. Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa.
Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus. No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios. A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem. Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”. E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos. 
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso.
A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra. Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe.
Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante. Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”. Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.
Texto do sr. Marcelo Henrique (SC) -Diretor de Política e Metodologias de Comunicação, da Abrade (Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo) e Delegado da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) para a Grande Florianópolis-SC